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JMV SÍRIA. A paz é possível

 

Falámos com Aida Baladi, presidente da JMV da Síria, que nos explicou como é ser Vicentino num país em guerra

A JMV existe em mais de 60 países e conta com mais de 100 000 membros. Para nós, JMV Portugal, é fácil ser jovem Vicentino porque podemos ajudar quem mais precisa mas também podemos evangelizar livremente. Pois... não é assim em todos os países onde existe JMV.


Nesta edição, contamos a história de Aida, a presidente da JMV da Síria. Falámos com ela em Roma, aquando do Simpósio da Família Vicentina. Simpática desde o primeiro contacto, mostrou-se disponível para falar sobre a situação da Síria e também falou sobre a Juventude Mariana Vicentina no seu país.

A Síria é um país localizado na Ásia Ocidental. O território sírio faz fronteira com o Líbano e o Mar Mediterrâneo a oeste; a Turquia ao norte; o Iraque a leste; a Jordânia a sul e Israel a sudoeste. Um país de planícies férteis, altas montanhas e desertos, é o lar de diversos grupos étnicos e religiosos, inclusive árabes, gregos, arménios, assírios, curdos, circassianos, mandeus e turcos. Os grupos religiosos incluem sunitas, cristãos, alauitas, drusos, mandeus e yazidis. Os árabes sunitas formam o maior grupo populacional do país.

A contínua guerra civil síria foi inspirada pelas revoluções da Primavera Árabe. Tudo começou em 2011 como uma cadeia de protestos pacíficos, seguido por uma forte repressão do exército sírio.

Aida Baladi, apesar da guerra no seu país, fala dele com bastante esperança não fosse ela vicentina. Diz-nos que para eles “é normal ir à escola num dia, no outro cair uma bomba e no dia seguinte volta-se à escola com normalidade”. Ela pergunta-nos se achamos estranho eles levarem a vida com normalidade apesar da guerra. Fomos nós nesta altura que ficámos sem resposta.

Aida é a responsável pela JMV na Síria. Conta-nos que já foram bastantes mas agora são cerca de 40 e reúnem-se todos em Damasco, a capital.

Como é possível ser católico num país em guerra e com extremistas por todo o lado? Aida diz-nos que o amor tudo suporta. “Temos que ter cuidado, principalmente quando saímos de Damasco, mas aquilo em que acreditamos é mais forte” – diz.

Rana Kaskas, que estuda artes plásticas, está ao lado de Aida e afirma que o seu país é normalíssimo mas por vezes “os média exageram quando falam da Síria e nunca mostram o lado bom”.

Terminamos a conversa com um convite das duas para fazermos uma vista a Damasco. Fica prometido.

Deixamos abaixo uma parte do emotivo discurso de Aida na audiência com o Papa Francisco no simpósio da Família Vicentina.

“O meu nome é Aida Baladi e sou a responsável pela Juventude Mariana Vicentina na Síria.

Desde o dia em que me pediram para escrever um testemunho sobre Juventude Mariana Vicentina na Síria até agora, senti uma grande responsabilidade sobre meus ombros porque me pediram para falar sobre as duas coisas mais importantes da minha vida: Juventude Mariana Vicentina e minha amada Síria.

A pergunta que fiz a cada um foi muito simples: “Vocês como membro da Juventude Mariana Vicentina, que passaram por situações difíceis, se alguém vos perguntasse sobre a JMV na Síria, o que responderiam?”.

As respostas foram puras, diretas, cheias de amor, ambição, determinação, fé e esperança; portanto, vou partilhar com vocês algumas frases que escutei:

Primeira resposta:

“Passamos por uma guerra desastrosa que nos forçou a interromper o nosso esquema de atividades. Agora e graças a Deus estamos a enfrentar a situação e sobrevivemos. Se tivermos alguma coisa a retirar desta guerra é valorizar todas as coisas que temos e a recomeçar do zero. Somos uma família, ajudamo-nos uns aos outros e insistimos numa mensagem para todo o mundo e essa mensagem é que nada impedirá que continuemos, porque somos jovens vicentinos, uma associação pedida pela mesma Virgem Maria e nós vamos permanecer sempre sob as bênçãos dela.”.

Outra resposta que tive foi:

“Se Deus está connosco, quem pode estar contra nós? (Rom 8:31). Vamos perseverar com o nosso lema: “Viver”, “Contemplar” e “Servir”, através da Juventude Mariana Vicentina, com a ajuda de uns a outros. Agora, como líder catequista responsável, farei todo o possível para entregar às novas gerações da JMV os pensamentos de “Viver”, “Contemplar” e “Servir”.

E a última resposta que tive:

“A mensagem mais importante que devemos dar ao mundo como membros da Juventude Mariana Vicentina é “Amor” e a única coisa que o “amor” pede é “Coragem”. Porque a pessoa que ama não deixa o medo dominar. O nosso país vive uma situação infeliz que enfraqueceu muito no início, mas não permitimos que essa situação nos impedisse na entrega de nosso mensagem de “Amor” e serviço. Uma vez que essa mensagem está nos nossos corações, nenhuma crise fará que desesperemos. Mostramos e continuaremos a mostrar ao mundo que há luz na escuridão.

 

Pensa um pouco:

“O cristão acolhedor é um verdadeiro dom para a Igreja, porque a Igreja é Mãe e uma mãe acolhe a vida e a acompanha”

Papa Francisco

Audiência com a Família Vicentina

Vaticano, 15 outubro 2017

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