Ano Pastoral 2016-2017
"COM ALEGRIA, HABITAMOS EM TI, SENHOR!"
Tema para o ano 2016/2017
“A tua bondade e o teu amor hão de acompanhar-me todos os dias da minha vida, e habitarei na casa do Senhor para todo o sempre. (Sl 23, 6)
Queridos jovens!
Este Conselho Nacional está a iniciar o último ano de serviço pastoral! Louvado sejas, Senhor! Há três anos fizemos o propósito de definir um caminho que nos ajudasse a crescer no amor a Cristo, a Maria, à Igreja e à Família Vicentina, na qual nasceu e tem crescido a nossa querida Associação.
Iniciamos este caminho em 2014-2015, meditando na necessidade de projetar a nossa vida em Cristo e para Cristo, porque “com Jesus renasce sem cessar a alegria” (EG 1). Em 2015-2016 propusemo-nos “edificar na misericórdia de Deus Pai”, sentindo e vivendo a graça do jubileu da Misericórdia. Neste ano dizemos, em jeito de oração: “Com alegria, habitamos em Ti, Senhor!”
Sim, caros jovens, queremos desafiar-vos a habitar a casa do Senhor e a deixar-vos habitar pelo Seu Espírito. Segundo o dicionário, habitar, significa residir ou viver em… queremos ver-vos a “saltar do sofá” e a querer ser protagonistas da história afirmando com coragem e determinação: “É nele, realmente, que vivemos, nos movemos e existimos” (Act 17, 28). Acreditamos que para encontrar a alegria, é necessário sair de si mesmo: “a alegria do Evangelho contém sempre a dinâmica de êxodo e de dom, de sair de si mesmo, de caminhar e de semear sempre de novo, semear sempre mais além” (EG 21). São Vicente reforçou sempre esta necessidade quando disse: “Viver com Cristo é levar Cristo aos outros. Nada mais, mas nada menos”.
Ao longo do próximo Ano celebramos os 400 anos do carisma vicentino. É um acontecimento que nos deve mobilizar e, também por isso, uma oportunidade de conhecer melhor a espiritualidade vicentina e o conteúdo da Doutrina Social da Igreja, nomeadamente, a Encíclica Laudato Si, e de redescobrir, assim, os meios para melhor habitarmos esta “casa comum” criada por Deus e a nós confiada.
Nós somos um movimento eclesial que surgiu por pedido expresso de Maria, mãe de Jesus e nossa Mãe, a Santa Catarina Labouré. Ora comemorando-se o centenário das aparições, em Fátima, de Nossa Senhora aos três pastorinhos, será certamente mais uma oportunidade para descobrirmos e aprofundarmos a Mensagem de Fátima.
Na última Assembleia Nacional aprovamos novos Estatutos. Aguardamos agora a sua confirmação pelo Conselho Internacional. Depois, há que fazer a devida receção, divulgação e estudo dos mesmos, por parte de cada membro da Associação.
Conhecendo, pelo muito que tendes feito, a paixão que pondes na missão, também ousamos recordar-vos que “um coração misericordioso tem a coragem de deixar a comodidade; um coração misericordioso sabe ir ao encontro dos outros, consegue abraçar a todos”. Vai ser ao longo deste ano pastoral que começamos a concretizar o projeto Renascer p’ra Esperança. É, por isso, hora de redobrarmos o empenho e a comunhão com os que partem para que a esperança que agora renasce envolva realmente todos os jovens da JMV e muitos outros que a nós se queiram associar nesta missão.
Queridos jovens, o nosso amado Papa Francisco confessava-nos que “não há nada mais belo do que contemplar os anseios, o empenho, a paixão e a energia com que muitos jovens abraçam a vida”. Os vossos sonhos, as vossas dúvidas, a vossa oposição a todos aqueles que dizem que as coisas não podem mudar, são um estímulo. Mas é igualmente muito triste encontrar jovens que parecem «aposentados» antes do tempo. Ver jovens que desistiram antes do jogo; que «se renderam» sem ter começado a jogar. Entristece-me ver jovens que caminham com a cara triste, como se a sua vida não tivesse valor. São jovens essencialmente chateados... e chatos, que chateiam os outros, e isto deixa-me triste”. Com as várias atividades, encontros e propostas que vos fazemos pretendemos combater a «aposentação» prematura e a «paralisia» fruto do medo e do isolamento que muitas vezes contamina o ambiente dos Centros Locais.
Mas, como recordava o santo Padre, “na vida, porém, há outra paralisia ainda mais perigosa e difícil de identificar e que nos custa muito reconhecer. Gosto de a chamar a paralisia que brota quando se confunde a FELICIDADE com um SOFÁ. Sim, julgar que, para ser felizes, temos necessidade de um bom sofá. Um sofá que nos ajude a estar cómodos, tranquilos, bem seguros. Um sofá – como os que existem agora, modernos, incluindo massagens para dormir – que nos garanta horas de tranquilidade para mergulharmos no mundo dos videojogos e passar horas diante do computador. Um sofá contra todo o tipo de dores e medos. Um sofá que nos faça estar fechados em casa, sem nos cansarmos nem nos preocuparmos. Provavelmente, o «sofá-felicidade» é a paralisia silenciosa que mais nos pode arruinar, que mais pode arruinar a juventude. «E porque acontece isto, padre?» Porque pouco a pouco, sem nos darmos conta, encontramo-nos adormecidos, encontramo-nos pasmados e entontecidos. Quereis ser jovens adormecidos, pasmados, entontecidos? Quereis que outros decidam o futuro por vós? Quereis ser livres? Quereis estar vigilantes? Quereis lutar pelo vosso futuro?” Não temos dúvidas de que mais do que programas e atividades, será a resposta a estas e outras perguntas que nos pode mobilizar!
Como Maria, que fez do seu seio virginal habitação do Altíssimo, queremos arriscar e deixar neste mundo, começando pelas nossas paróquias, uma marca de qualidade. Queremos habitar e ser habitados por Jesus que não é o Senhor do conforto, da segurança e da comodidade mas é o missionário do Pai que traz a Boa Nova aos pobres.
Ora, “para seguir a Jesus, é preciso ter uma boa dose de coragem, é preciso decidir-se a trocar o sofá por um par de sapatos que te ajudem a caminhar por estradas nunca sonhadas e nem mesmo pensadas, por estradas que podem abrir novos horizontes, capazes de contagiar-te a alegria, aquela alegria que nasce do amor de Deus, a alegria que deixa no teu coração cada gesto, cada atitude de misericórdia. Caminhar pelas estradas seguindo a «loucura» do nosso Deus, que nos ensina a encontrá-Lo no faminto, no sedento, no maltrapilho, no doente, no amigo em maus lençóis, no encarcerado, no refugiado e migrante, no vizinho que vive só. Em todos os campos onde vos encontrais, o amor de Deus convida-vos a levar a Boa Nova, fazendo da própria vida uma [habitação] para Ele e para os outros. Assim Deus nos ajude e Maria nos acompanhe!
Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós!
P. Fernando, CM
(Assessor Nacional)
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